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CANTEIRO DE OBRAS

# 2

FICHA TÉCNICA

ARTISTAS

Ana Shtlr
Caroline Sant'Anna
Coletivo Moebius
Cristina Lisot
Estêvão da Fontoura Haeser
Janaína Ferrari
Juruna (Dio Coutt)
Leonardo Miguel
Maria Eduarda Nectoux
Tise

CURADORIA

Guilherme Mautone, Guilherme Leon,

Bianca Lagasse e Nazú Ramos

DIREÇÃO ARTÍSTICA

Guilherme Mautone

DIREÇÃO EXECUTIVA

Guilherme Leon

PRODUÇÃO EXECUTIVA

Nazú Ramos

PRODUÇÃO EXECUTIVA | REMANSO

Bianca Lagasse

IMPRENSA

Raphaela Donaduce | Donaflor

MONTAGEM & OPERACIONAL

Claiton Martins

APRESENTAÇÃO

​Por que não pensar este jardim também como um espaço onde a arte possa emergir, subsistir, mostrar-se, ser vivida, performada e debatida? Por que não transformar a desordem literal de um canteiro de obras (algo que este jardim já foi no passado) em uma oportunidade para o surgimento da arte e sua inauguração? Por que não um canteiro de onde, também, brotassem obras? Em 13 e 14 de março de 2023, este jardim era um literal canteiro de obras. Um ano depois, inspirados pela sugestão de ler na literalidade a possibilidade da metáfora, inauguramos uma minimostra de arte contemporânea intitulada Canteiro de Obras #1. Durante dois dias, em 2024, este espaço estimulou, abrigou, fez circular e exibiu propostas artísticas diversas, embora unidas pelas ideias da experimentação, da interação e da colaboração. Passados dois anos do pó de cimento, do constante barulho circular das misturadoras de concreto e do vai-e-vem de trabalhadores da construção civil; e passado um ano da primeira metaforização deste espaço; inaugura-se Canteiro de Obras #2, uma mostra de arte contemporânea rápida realizada nos dias 13 e 14.06.25, com a participação de artistas interessados nos processos artísticos experimentais e processuais e de obras que perfazem sua consecução mediante a interação com o público visitante. Não há, propriamente, um eixo narrativo que as amarre ou que nos permita justificar uma leitura pela via da rígida coerência curatorial. Elas aparecem aqui feito as coisas que aparecem nos jardins: cogumelos que brotam do dia pra noite, uma lesma que rasteja e deixa seus indícios, o passarinho que pousa, o farfalhar das folhas no arbusto, uma pegada insidiosa, um brilho fugidio ao longe, mas que logo some. E está bem que sejam assim: que se coloquem pra nós fugidias, nos surpreendam, nos deixem pensando e nos convidem a tomar parte.

Guilherme Mautone

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LISTA DE OBRAS

​ANA SHTLR (Cruz Alta, RS, 1981) | LEONARDO MIGUEL (Osório, RS, 2002) | MARIA EDUARDA NECTOUX (Porto Alegre, RS, 1997) | TISE (Porto Alegre, RS, 2000)

> Ocupa-se, 2025. Série Ocupari Predial. Cartaz em lona vinílica. 3 x 1 m.

> Sem título, 2025. Série Ocupari Predial. Impressão digital sobre papel offset. 21 x 29,7 cm. Tiragem: 50 unidades.

> Banheiro Social, 2025. Série Ocupari Predial. Instalação com objetos encontrados (vaso sanitário de cerâmica azul, pia, tapete de crochê, papel higiênico, fonte, patos de borracha, sabonete e espelho). Dimensões variáveis.

A intervenção utiliza estratégias simbólicas e dispositivos ficcionais para ativar reflexões sobre a função social dos espaços urbanos. Partindo de um mapeamento poético de imóveis desocupados no Centro Histórico de Porto Alegre, o coletivo concebeu uma imobiliária inventada e usando desse vocabulário desenvolve materiais gráficos para serem distribuídos e colados nesses locais visitados. Questionando o direito à moradia e a especulação imobiliária que tem transformado a paisagem da cidade com seu abandono. Com sua arquitetura de "casa” a Remanso será colocada como esse local a ser ocupado, onde resquícios de domesticidade aparecem e a linguagem da publicidade anuncia o que não pode entregar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAROLINE SANTʼANNA (Porto Alegre, RS, 1999)

> Lampejo, 2025. Carimbos de madeira, almofadas e papéis diversos. Dimensões variáveis.

O processo criativo se abre como fenda – em sua potencial monstruosidade intimidadora – e propõe uma caça incessante aos lampejos do imaginário, que é o vasto território do cotidiano, do repertório visual, da subjetividade e da possibilidade. Esse estado de suspensão denominado lampejo acontece em instantes fugazes porém férteis e aqui, em forma de palavra, fragmenta-se no intuito de explorar a amplitude de seu significado: formando novas formas (escritas, ou não) a partir de suas letras.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CRISTINA LISOT (Caxias do Sul, RS, 1973)

> E se eu olhar para o passado?, 2025 | De Curvar (excertos). Vídeo, HD, cor, áudio, 4'39''. Concepção: Cristina Lisot, Daniel Herrera, Sigrid Nora.

Curvar o tempo com o corpo, a linha e a imagem propõe uma travessia entre artes visuais, da cena e memória. A proposta, centrada no vídeo zenital e em looping sobre o chão E se eu olhar pro passado?, evoca um tempo espiralar e não-linear. Curvar convoca o público à escuta sensível do tempo e do corpo. O centro da instalação é o vídeo pensando a cidade como palimpsesto: lugar onde camadas de memória são sobrepostas, soterradas, reveladas. Acima, o futuro; abaixo da terra, os que já foram enterrados.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ESTÊVÃO DA FONTOURA (Porto Alegre, RS, 1977)

> Jardim Espectral, 2025. Intervenção com iluminação cênica.

Na intervenção Jardim Espectral o resultado idealizado pelo artista se dá na presença, seja das plantas, ou das pessoas, sejam visitantes ou equipe do Remanso e seus movimentos e interações no pátio. Refletores nas três cores primárias da luz - vermelho, verde e azul - estarão espalhados em distintos pontos do espaço, opostos às paredes e apontados para estas com seus focos sobrepostos formando iluminação branca nas paredes brancas. As plantas entre os refletores e as paredes formarão belíssimas silhuetas multicoloridas na superfície das paredes.

JANAÍNA FERRARI (Porto Alegre, RS, 1990).

> fabular sobre ser fisgada, 2024 - 2025. Brita, cabelo, corda, roldana, balança, carne, osso, tênis. Dimensões variáveis.

pelos grossos crescerão em seu corpo / disforme // e nenhuma alma a deverá respeito ou / ouvido / sob qualquer circunstância // seu intelecto circulará reduzido à mudez / das suas crinas // e seu poder enterrado no silêncio do / milênio (poema de Roberta Fofonka em MULA de 2025).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

​​​​JURUNA / DIO COUTT (Alvorada, RS, 1993) | Colaboração: KADU RAMOS (Pariquera-Açu, SP, 1998), RONALDO MONTEIRO (Viamão, RS, 2001).

> Desde a terra, para e com ela, 2025. Performance e site specific. Água, semente, argila, folhas, folhas secas, coração de galinha cru, cal, esteiras, defumadores e urna. Dimensões e duração variáveis.

Durante dois dias, ao ar livre, em silêncio e presença, três corpos trajados de branco e balaclavas moldam silhuetas com argila, água, sementes e folhas secas, em corações de galinha crus embebidos em cal, pregados na parede. O público é convidado a responder livremente: “Como se autodeclara?”. Defumadores acesos pedem licença ao espaço. Ao final, os corpos de argila são lavados com água. O que era forma vira um rastro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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COLETIVO MOEBIUS (Porto Alegre, RS, 2014) | Isadora Franco (Porto Alegre, RS, 1995), Luiza Fischer (Porto Alegre, RS, 1991), Janaína Ferrari (Porto Alegre, RS, 1990), Patrícia Nardelli (Brasília, DF, 1985), Renata Stein (Esteio, RS, 1991). 

> Aguaçal, 2022 - 2025, performance sonora. Direção e concepção de Patrícia Nardelli. Intérpretes criadora Isadora Franco, Luiza Fischer, Janaína Ferrari e Renata Stein. Gravação, mixagem e masterização de Patrícia Nardelli.

 

Aguaçal propõe a habitação na paisagem sonora de um local fictício criado a partir do trabalho de voz e corpo desenvolvido junto ao Coletivo Moebius de dança contemporânea. Investiga a linguagem do horror e questões de gênero através do uso de técnicas vocais estendidas e da espacialização dos corpos, produzida tanto em tempo real, quanto através da sua fixação em mídia sonora. Aguaçal é um espaço limiar, uma fenda, onde coisas vivas se encontram e outras são conjuradas.​​​​​​​​​​​​​​​

PROGRAMA PÚBLICO
abertura, mediações com acessibilidade

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